Vamos beber um copo de jazz?

Se é amante de jazz aceite o nosso desafio para ver uma exposição extraordinária com os rostos de algumas das maiores vozes deste estilo musical e terminar em grande com música ao vivo num dos mais recentes espaços de Setúbal, o Jazzmine.

Agora que o Festival de Música terminou, porque não continuar a aproveitar o ritmo da cidade? A nossa proposta é reservar um final de tarde para descontrair.

Comece por visitar a exposição Black Portrait, patente na Biblioteca Municipal de Setúbal até 30 de junho. São duas dezenas de pinturas, de grande formato, da autoria do artista espanhol Gene García. As telas, hiper-realistas, em aguarela e guache, têm os rostos de grandes figuras lendárias do universo blues e jazz e assume-se como um tributo aos músicos afro-americanos.

“Black Portrait” é para ver a bater o pé e entrar na onda, num ambiente altamente descontraído e que nos deixa cheios de boa disposição apesar da forte mensagem que o autor pretende passar.

Através de técnica japonesa de pintura, aplicada diretamente sobre o molhado, o artista, além de ilustrar o rosto de cantores e instrumentistas de descendência afro-americana, quer destacar a história de um grupo daqueles que foram vítimas das leis norte-americanas de segregação racial, conhecidas por “Jim Crow”.

Pode ver Miles Davis, Louis Armstrong, Count Basie, Billie Holiday e muitos outros, como nunca os viu.

Encare a visita como um “aperitivo” e deixe-se levar para uma noite cheia de ritmo. Dê um pulinho ao Jazzmine, na rua do Coronel Guilherme de Portugal, no Bairro Santos Nicolau, e aproveite para petiscar e beber um copo, sem fugir dos ritmos de Nova Orleães. Se for a uma sexta ou sábado tem música ao vivo.

O Jazzmine está nas mãos de dois amigos brasileiros, Walter e Cristiane, desde fevereiro deste ano. Ele tem 59 anos e estudou Arquitetura. Ela, 37, é formada em Comunicação Social - Rádio e Televisão. Walter adora jazz, blues, bossa nova, música popular brasileira e funk. Cristiane prefere rock. São os dois apaixonados por música e isso nota-se em cada recanto do espaço. No teto há discos de vinil antigos, uma das paredes da sala principal tem teclas gigantes de piano e no menu as bebidas têm nomes como Amy Winehouse, David Bowie ou Louis Armstrong.

Para petiscar, há salgados, batatas, tostas, bruschettas, tábuas de queijos e enchidos. As tostas em pão polar (4€), um pão mais fino e mais macio do que o tradicional, têm sido as mais cobiçadas e os saborosos mini salgados brasileiros (5€ - 10 unidades) têm feito sucesso.

Para beber, a caipirinha (6€) e o cocktail Frank Sinatra (7€), com Jack Daniel’s, bitter laranja e açúcar amarelo, são escolhas acertadas.

O Jazzmine está aberto à quinta-feira, das 18H00 às 23H00, e às sextas e sábados, das 18H00 à 01H00.

E então, bebemos um copo de jazz?