A brecha da Arrábida é na realidade uma rocha de origem sedimentar, com fragmentos de diferentes cores, unidos por uma massa avermelhada que lhe confere a cor tão particular.
Está em vários monumentos nacionais como o Convento de Jesus, em Setúbal, ou o Palácio da Pena, em Sintra. Neste Natal pode também estar em sua casa, pelas mãos do artesão Joaquim Viegas, em forma de presépio.
Aos 73 anos, o mecânico reformado, natural de Sesimbra, transforma a brecha da Arrábida, uma pedra ornamental por excelência, em pequenas obras de arte. “Quanto mais pequenas, maior é o desafio”, conta, junto às peças que tem no Mercado de Natal, em Setúbal.
A paixão pelas rochas foi buscá-la aos tempos em que trabalhou nas pedreiras de Sesimbra, mas a matéria-prima daquela que viria a ser a sua arte descobriu-a, por acaso, num passeio com o neto na praia. “Andávamos a apanhar pedras e conchas e dei por mim a admirar as formas”, recorda. Pegou em algumas pedras, trabalhou-as e ofereceu-as a amigos e familiares. Correu bem e, desde 2011, passou a dedicar-se ao “artesanato made in Arrábida”.
Pela beleza que emana e por ser algo que provavelmente não se encontra em mais nenhum lugar do mundo, a brecha da Arrábida é a pedra de eleição de Joaquim Viegas. Os presépios são muito requisitados, sobretudo nesta altura do ano, mas o artesão também executa outras esculturas, além de bijuteria, como colares e pulseiras.
Faz peças a pedido e não diz que não a encomendas difíceis. É frequente encontrá-lo em feiras e mercados da região. Até 24 de dezembro está no Mercado de Natal, na Praça de Bocage, entre as 10H00 e as 19H00. Passe por lá, ainda vai a tempo de ter um presépio raro ou surpreender alguém com algo tão especial e poderoso.