Nas paredes do Centro Náutico Municipal, na avenida José Mourinho, a obra de Gonçalo MAR, artista lisboeta, chama a atenção. Entre a Praia da Saúde e o Parque Urbano de Albarquel, vagueiam figuras que são uma fusão de gigantes mãos e peixes, em tons verde água.
Se seguir pela avenida,700 metros, em direção à lota dos pescadores e zona dos restaurantes vai encontrar um mural dedicado ao México.
De autor desconhecido, esta pintura, na travessa do Estaleiro, ainda deixa ver as cores vibrantes originais apesar de degradada. Tem uma alusão à linha de fronteira entre o México e os Estados Unidos, o deserto com cactos e os ‘amigos’ mexicanos que descansam com os seus sombreros.
Atravesse a rua Guilherme Gomes Fernandes e logo após o Armazém do Açúcar, do lado direito, repare na persiana de um edifício abandonado…
Há uma imagem pueril, detalhada, que parece emergir da escuridão do edifício degradado, numa velha persiana. De olhar expedito e sorriso singelo, é uma criação do artista francês Nasti.
Em direção à estrada que segue para o Forte de São Filipe, atravesse a avenida Luísa Todi.
Logo ali está um mural, a preto e branco, que encerra em si a identidade sadina. O rio, a pesca, os barcos, a serra. A obra, na rua Marquês de Costa e travessa da Anunciada, tem a assinatura de Joana the Baptist que se identifica como pintora, muralista, designer e ilustradora.
Se seguir caminho pelo passeio central da avenida Luísa Todi, até estar entre a Taifa e a loja das Águas do Sado, encontra a caixa de eletricidade pintada a tons quentes e com padrões, da autoria de Ana Quintino.
A jovem artista setubalense tem patente,na Casa da Cultura,a exposição “Chama pintura”, até 28 de novembro.
Se uma caixa de eletricidade tem muita pinta imagine três! Ainda na Luísa Todi, atravesse a rua como se fosse em direção ao auditório José Afonso, vai dar de caras com uma composição do coletivo Explicit Citizens. Os jovens setubalenses têm várias obras na cidade.
Olhe para o lado: espreite o mural de 20 metros de Odeith. “O Menino dos Pássaros” está na estrutura do auditório e é cada vez mais um ícone da cidade. Já lhe falámos nele neste outro roteiro, lembra-se?
Continue a caminhada, em direção à praça Teófilo Braga. A intervenção do projeto Setúbal Mais Bonita permitiu embelezar um imóvel degradado. A pintura, em tons de azul e branco, faz lembrar a azulejaria tradicional portuguesa, com cenas da vida agrícola da região.
Próxima paragem: Praceta Francisco Finura, a 600 metros.
Francisco Finura, figura típica setubalense, era um “operário especializado em trabalhos não especializados”. Surge altivo, a fumar cachimbo, num trabalho da autoria de Zé Nova e João Varela.
Também a portuense Mariana PTKS deixou a sua impressão digital na praceta, com a ajuda do projeto Setúbal Mais Bonita e de um crowdfunding criado para o efeito. O mural é futurista e de cores intensas.
Descendo de novo à avenida General Daniel de Sousa e seguindo para norte encontra, nas traseiras do posto de abastecimento de combustível, na rua General Daniel de Sousa, uma explosão de cor. Num edifício abandonado está a obra de Pariz Argon, onde prevalece o azul e sobressai a figura de Bocage, que continua irreverente e cheio de personalidade, mesmo no século XXI.