Mas nem isso impediu que mudasse de lugar. Sim é mesmo verdade. O chafariz do Sapal pesa toneladas e não é fácil de transportar, mas em 1937 saiu da Praça do Bocage para o Bairro do Troino, onde hoje está votado ao esquecimento.
Foi erigido, na antiga praça da Sapal em frente ao edifício da Câmara Municipal, em 1697, como remate do aqueduto mandado levantar por D. João II para abastecer de água a população. O chafariz dava de beber a uma boa parte dos setubalenses e aos seus animais, já que a versão original tinha um tanque, entretanto perdido, que servia de bebedouro.
Apesar de ter perdido a centralidade, mantém um enorme valor histórico e urbanístico.
Feito de mármore branco e rosa, é verdadeiramente monumental. Tem no topo uma coroa imponente, recortada, e sustentada por dois anjos. Num patamar inferior, estão três esferas armilares que encimam cinco máscaras por onde cai a água. Há também dois navios, esculpidos, que evocam a eterna ligação ao mar da “notável e sempre leal vila de Setúbal”.
A peça merece um olhar mais demorado. E, acredite, vai poder circular à vontade.