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Já conhece os conventos de Alferrara? São lugares secretos, repletos de encanto e de história, mas que abrem ao público dois fins de semana por mês para visitas exclusivas e gratuitas.


O passeio vale só pela vista, tem um enquadramento paisagístico único, em plena Quinta de S. Paulo, na Arrábida. É aqui que está o Convento de S. Paulo de Alferrara, de 1383, resgatado da ruína. O espaço esteve 50 anos ao abandono, foi reconstruído (90%), e é agora, através destas visitas, devolvido à comunidade.

Vai encontrar também o Convento de Nossa Senhora da Conceição dos Frades Franciscanos Capuchos de Alferrara, conhecido apenas como Convento dos Capuchos. Construído em 1578 e recuperado em finais do século XVII, está à espera de renascer, mas são precisos dois milhões de euros de investimento.

 

Os conventos são propriedade da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) que tem desenvolvido um louvável trabalho com o objetivo de dignificar este lugar magnífico e, sobretudo, oferecê-lo à população para que dele possa usufruir.

Todos os meses há dois fins de semana com visitas às 10H00. Consulte aqui o calendário. São gratuitas, mas requerem inscrição por email para geral.saopaulo@amrs.pt. E estão limitadas a um número mínimo de quatro visitantes e a um máximo de 20.

O ponto de encontro é marcado no portão junto ao Parque de Merendas de São Paulo. Foi aí que fomos recebidos por Fábio Vicente, o guia que nos acompanhou. Sempre disponível, mostrou-se um conhecedor profundo da história deste lugar por onde passou Nuno Álvares Pereira e até D. Estevão da Gama, filho de Vasco da Gama, que, em 1578, mandou construir o Convento dos Capuchos.

Durante a visita ficámos a saber que foi com base na lenda da aparição de Nossa Senhora sobre a fonte do Convento de S. Paulo que se iniciou a ocupação eremítica, que “Alferrara” é um topónimo árabe que significa “sítio das grandes oliveiras" e tantas outras curiosidades surpreendentes.

 

O percurso começa no Convento dos Capuchos, embora o espaço se mantenha por recuperar e o edifício tenha sido reforçado com uma estrutura de madeira para não ceder, a visita é encantadora. Tem um claustro mais baixo em comparação com o do Convento de S. Paulo e era destinado a 12 frades, mas aqui viviam o dobro, dividindo assim as tarefas de um modo mais ligeiro.

 

No Convento de S. Paulo, encontramos uma pequena igreja totalmente recuperada com claustro. O espaço, lindíssimo e verdadeiramente inspirador, é agora usado para reuniões da AMRS, cerimónias e pequenos concertos. Mas aqui já funcionou, a partir de 1808, uma bataria francesa.

 

Em 1837, a família O’Neill comprou a propriedade, com os dois conventos, depois deste estar ao abandono, desde 1834 aquando da extinção das ordens religiosas.

Em meados do século XX, os laranjais, aqui profundamente enterrados e estrumados com os restos da indústria conserveira, assumiram grande importância, assim como as famosas laranjas de S. Paulo, doces e de casca muito fina.

Com vistas soberbas e uma mística inexplicável, o espaço é hoje um ponto de partida para a busca da identidade cultural da região de Setúbal e promete ganhar relevo num futuro próximo.
Vale uma visita!