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André Areias
“Setúbal é um tesouro desconhecido”

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Grão a grão foi fazendo um percurso.

André Areias formou-se em arquitetura, trabalhou na noite, foi desenhador projetista, explicador de geometria descritiva, formador. Ficou fotógrafo. E é pela sua lente que Setúbal tem um dos melhores olhares.

Gosta de terrenos movediços, originais. Nas suas imagens, a régua e o esquadro ficam de fora. Os enquadramentos clássicos são trocados por composições diferentes, com perspectivas inesperadas e detalhes únicos.

Aos 41 anos, tem já uma marca bem definida na memória da região. Foi o autor das fotografias da Câmara Municipal de Setúbal para o concurso 7 Maravilhas à Mesa. Viu, recentemente, o seu trabalho exposto na Livraria Culsete e no Moinho de Maré da Mourisca. Colabora há vários anos com o jornal O Setubalense e, pontualmente, com jornais nacionais. Está a produzir um livro com o chef Álvaro Santos e tem um punhado de outros projetos a fervilhar na algibeira.

Pára muito n’A Garagem, um espaço cowork setubalense, na praceta Francisco Finura, onde partilha ideias e projetos com outras mentes criativas.

Procura emoções e histórias com gente dentro de cada fotografia. Foi pai há pouco tempo, num momento que terá sido um dos seus maiores registos. Diz que a região é fotogénica e perde-se de amores pelo amanhecer da cidade.

Em duas mãos, cheias de perguntas, revelou-se ao Inspire Setubal.

Perfil
Nome: André Saião Areias
Idade: 41 anos
Local de nascimento: Lisboa
Prato preferido: Salsichas enroladas em couve
Bebida preferida: Cerveja belga
Praia preferida: Figueirinha
Objetivo de vida: Fazer sorrir pelo menos uma pessoa por dia, todos os dias!
Vertigem MREC #3
 
De onde surge a paixão pela fotografia?

A fotografia sempre foi um daqueles projetos que estava guardado numa gaveta até um dia que comprei a minha primeira máquina fotográfica “a sério” (daquelas que se mudam as lentes), em segunda mão a um grande amigo. A partir daí, fui explorando, pesquisando por tutoriais na Internet, entrando em comunidades da área e procurando sempre saber mais e mais. Quando não me foi possível evoluir mais sozinho optei por frequentar o curso de Fotografia na Oficina da Imagem onde obtive o diploma reconhecido pela APPImagem e uma Menção Honrosa no trabalho final de curso.


O que mais gosta de fotografar?

O que me move na fotografia é a criação de memórias, seja para uma pessoa individual, uma família, uma empresa ou uma nação. Todos nós somos hoje o resultado daquilo que já fizemos e do que queremos vir a fazer, daí a importância de mantermos as nossas memórias vivas. A fotografia é uma dessas formas.


A região de Setúbal é um bom modelo?

A região é uma super modelo! Temos tudo para os mais variados tipo de fotografia: paisagem, natureza, street, sessões de família.... Arrisco dizer que qualquer canto da cidade serve para explorar a nossa imaginação fotográfica e produzir imagens fantásticas.

 
Quais os melhores locais para tirar fotografias na região?

Depende muito do que se pretende fotografar. A Baixa tem uma fotogenia muito interessante, bem como os bairros sociais. Depois temos a vista brutal ao amanhecer dos pontos altos da cidade (Viso).


Qual a cor que melhor define Setúbal?

Setúbal é uma paleta maior que a da Pantone! Varia de estação para estação! Desde o azul do nosso rio ao violeta da avenida 5 de Outubro no outono, das cores garridas dos bairros sociais aos imensos tons de verdes que a serra nos dá!


O que é que Setúbal tem de melhor?

Setúbal tem uma comunidade artística gigante e desconhecida. Temos artistas das mais variadas áreas que vão da música ao teatro, realizadores de cinema, uma comunidade de fotógrafos bastante interessante. É um tesouro desconhecido até pelos próprios setubalenses.


Um segredo da cidade é…

Todas aquelas ruelas e pracetas no meio da malha urbana mas que ninguém vai.

 
O que é mais inspirador na cidade?

O amanhecer... seja em que ponto da cidade for, ou até mesmo no meio do rio, o acordar da cidade é de tirar o fôlego. Desafio cada leitor, a que um dia tenha essa experiência.


E, para si, qual a maior inspiração?

Diariamente eu sigo muitos fotógrafos, leio sobre as suas técnicas e o que os levou a fazer uma determinada fotografia mas nem sempre posso ser tão criativo porque estou sujeito a uma visão de um cliente. No entanto, procuro sempre a história ou a emoção num registo.


Enquanto fotógrafo, qual o próximo objectivo?

Neste momento tenho um projeto pessoal que ainda está muito embrionário mas que vai demorar bastante tempo e dar um prazer imenso em produzir. No final é provável que surja um livro.