Abril e Zeca Afonso para ver até 25 de maio

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“45.90” é a junção dos 45 anos da Revolução dos Cravos com os 90 que faria este ano Zeca Afonso se fosse vivo numa mostra fotográfica e documental. A exposição está na Galeria Municipal do 11, em Setúbal, e é um pedaço de história que vale a pena visitar.


De entrada gratuita, a mostra está patente até ao próximo dia 25 de maio.

É ao som de “Grândola, vila morena”, a canção composta e cantada por Zeca Afonso que foi escolhida pelo Movimento das Forças Armadas para ser a segunda senha de sinalização da Revolução de abril de 1974, que se percorre a galeria.

Organizada de forma fluida e apelativa, esta é uma exposição carregada de história e cultura que não deixa ninguém indiferente.

Direitos humanos básicos e sociais, saúde, igualdade de género, educação e as mudanças físicas e mentais nas pessoas, em Setúbal, logo após a Revolução integram a mostra organizada pela Câmara Municipal de Setúbal.

 

O processo de apoio à construção de casas para pessoas desfavorecidas, o chamado SAAL – Serviço de Apoio Ambulatório Local, que em Setúbal surgiu em cinco pontos estratégicos (Casal das Figueiras, Forte Velho, Pinheirinhos, Bairro da Liberdade e Terroa de Baixo) é um dos destaques.


Mas esta é uma oportunidade única de se relembrarem as maiores conquistas de abril, numa exposição muito completa e enriquecida com mapas, tabelas e gráficos. Tudo de fácil leitura e exposto de forma atrativa. Porque é importante que todas as pessoas, de todas as gerações, tenham acesso a estes dados.


Nas paredes da Galeria Municipal do 11 estão ainda inscritos os nomes das comissões de trabalhadores que proliferaram em todo o parque industrial da cidade, desde as grandes até às pequenas unidades de produção, como o Café Central, a Serração do Monte Belo, a TELED – Multinacional e a Herdade da Gâmbia.

 
 

O jogo de números feito no nome da exposição lembra também que passam 90 anos do nascimento de Zeca Afonso, uma figura intrinsecamente ligada à liberdade e às conquistas de abril.


Por estes dias, a galeria é uma porta aberta para a vida do cantautor, nascido em Aveiro a 2 de agosto de 1929. A passagem por Coimbra, pelo Algarve, o percurso de África a Setúbal e Azeitão surge em diferentes textos biográficos ao som de música que traz à memória o tempo das mordaças.

A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 11H00 às 13H00 e das 14H00 às 18H00, bem como ao sábado da parte da tarde. Porque é preciso saber o que custou a liberdade, celebrá-la e protegê-la, todos os dias.