Está nos menus de todos os restaurantes, em forma de feijoada, ao alhinho, assado com ou sem tinta, e frito, claro, no pão ou no prato. Os setubalenses fazem o choco como ninguém, mas a tarefa não é fácil.
Na maior parte das vezes, o difícil é conseguir aquela textura perfeita, nem mole nem borrachosa. E há quatro truques, quase todos usados por chefs, que tem mesmo de conhecer. Depois de ler isto nunca mais vai pensar duas vezes na hora de levar o bicho para casa.
Compre choco de boa qualidade e esqueça o congelado, vendido em sacos nos hipermercados, a não ser que queira servir um delicioso prato de borracha
Se o choco for maiorzinho, ponha-o no congelador pelo menos durante um dia. O processo faz com que as fibras se partam o que torna a textura mais tenra
Tempere de véspera com alho, limão, pimenta preta e sal
Na marinada use leite, ajuda a amaciar o choco
Basta pensar no estado em que ficam as habitualmente luminosas bancas do Mercado do Livramento, onde é vendido entre os oito e os 10 euros por quilo.
O trocadilho serve na perfeição, já que os chocos usam a tinta como mecanismo de defesa, mas a verdade é que apesar de, aparentemente inofensivos, os chocos têm um lado sinistro. Durante o dia, enterram-se em fundos de areia e só se tornam ativo ao anoitecer, altura em que se transformam em astutos caçadores. Graças à capacidade de mudar de cor, aproximam-se das presas (moluscos, crustáceos e peixes) sem que estas se apercebam. Depois, capturam-nas, com dois tentáculos modificados que se projetam rapidamente. O bico forte corta a presa, como se fosse um triturador, ao mesmo tempo que lhe é injetada uma toxina paralisante.
Não se deixe amedrontar, se seguir os nossos conselhos vai ver que consegue domar a fera e fazer um belo petisco.