A fama e a boa comida valem-lhe filas à porta. Fica já o aviso: é melhor ir bem cedo.
Não há muito tempo, sentou-se ali ao lado o Choco Pessoa, uma escultura do artista “Zé Nova”, que convida a umas fotografias e ajuda quem está à espera a passar o tempo.
Não se assuste, na maior parte das vezes a demora não é muita. Esperámos a nossa quota-parte até nos sentarmos na esplanada coberta e pedimos choco frito. Tinha de ser. Também há carne assada, tenra e bem temperada, que normalmente é a escolha dos mais pequenos.
Na sala interior, mais rústica e de ambiente clássico, chamou-nos a atenção um apontamento algo kitsh, mas delicioso: uma luz neon em forma de coroa. Para que não haja dúvidas!
Mas demorámos mais os olhos nas prateleiras onde repousavam “as intocáveis”, garrafas de moscatel e uísque. Ali de frente, alguns clientes mais apressados trincavam a tão clássica sandes de choco, vendida a 3€ e que vai tão bem com a imperial. O tempo não deu para mais porque o choco chegou à mesa.
Júlio garante que foi aqui há 45 anos que nasceu esta iguaria e não abdica do título monárquico. Mas, como em todas as boas histórias de reis, há aqui um rival e uma disputa pela coroa! Foi em 1987, que Leonel Santiago, irmão de Virgílio, montou acampamento no extremo oposto da Luísa Todi, na Adega Leo do Petisco, e se lançou à conquista. Estava aberta a guerra pelo melhor choco da cidade.
A história é entusiasmante, mas o choco já está à nossa frente e vem mesmo quentinho. Como num banquete real, os pratos têm o monograma da casa e o choco é digno da realeza. Tão bem frito que até parece que fica mais picante, estaladiço e com limão. A dose, a 15€ sem guarnição, é generosa e pode ser dividida por dois. Meia dose de batata frita (1,60€) e uma salada (3,20€) fazem o repasto ficar mais composto.
Para aqueles dias em que só apetece choco frito é uma boa opção. Vai ficar com o rei na barriga… e no pensamento!