A ideia foi do setubalense André Lopes que desde que o começou a produzir nunca mais parou. Todas as garrafas são numeradas e só há 10 mil por ano.
“Antes do vinho e do moscatel que deram fama à região de Setúbal, era a laranja que fazia a delícia dos setubalenses, e não só”, diz André, licenciado em História, que se interessou pelo licor depois de saber que já não estava a ser produzido há vários anos. O cultivo da laranja de Setúbal desenvolveu-se entre os séculos XVIII e XIX, “foi já no século XX que se assistiu ao declínio até quase ao seu desaparecimento”, explica. Na altura, o licor ganhou fama e chegou a conquistar prémios internacionais.
André Lopes aprofundou os conhecimentos, escolheu as laranjas e encontrou um local para produzir. As primeiras garrafas saíram no final do ano passado.
Resultado da infusão da casca da laranja em álcool à qual se junta uma calda de açúcar, o licor é 100% natural e muito apreciado simples, com gelo ou em cocktails. A frescura é a mesma há 200 anos. André lembra que tudo começou numa época em que as laranjas que caíam eram apanhadas da Ribeira do Livramento, vinham frescas e já lavadas.
Os rótulos e os cartazes da ncora eram muito falados pela sua beleza. Também nesse aspeto, André quis manter a tradição. A cada ano há uma nova imagem, escolhida por votação online. A primeira foi a Praça do Bocage e, este ano, o Forte de São Filipe. A ideia é que os apreciadores possam ir fazendo a coleção. Cada garrafa é vendida a 15 euros, mas se comprar cinco fica um euro mais barato. Para provar, um copo custa um euro e pode pedi-lo, até ao dia 24 de dezembro no Mercado de Natal de Setúbal, entre as 10H00 e as 19H00. Basta procurar uma laranjeira!