Como lhe está nos genes, João, o filho, não pára. Mostra com orgulho o peixe. E pode confiar nas quantidades que indica, este homem domina a arte de satisfazer o cliente.
Paula, a mulher, ocupa-se dos acompanhamentos, está atenta ao que falta na mesa, vê se está na hora da sobremesa…
Esta é uma casa aberta há quase duas décadas (faz 19 anos em maio) e onde deve ir se está à procura de bom peixe. O mar é que manda, mas por estes dias deve encontrar salmonetes e cherne (55€/kg), sargos e chocos (40€/kg), linguados (47€/kg). Assim como robalos e lulas (45€/kg), ovas e pregado (50€/kg). Não faltará carapau/ chicharro (30€/kg) e, se tiver sorte, a deliciosa barriga de atum (55€/kg). À dose, costuma haver peixe espada e besugos (13€), ameijoas (12€) e lingueirão (9€).
Não fique dividido, escolha o que escolher vai saber-lhe bem e para a próxima experimenta outro! Mas se puder não deixe escapar as lulinhas fritas à algarvia. São uma delícia!
O ambiente é autêntico e familiar. Somos recebidos, como amigos, na casa deste casal. A informalidade é a regra e a comida é boa demais. Provavelmente o único defeito é só servir almoços.
No final da refeição: um clássico. João faz as contas de cabeça, ali à frente do cliente, num pequeno papel amarelo. “Confirme por favor”, remata com honestidade.
A sala de refeições dá para pouco mais de 40 pessoas e tem diferentes apontamentos ligados ao mar. Nas paredes há quadros do pintor setubalense Chora.
O espaço enche-se de simplicidade. Mas de uma simplicidade tão cheia de si que não é preciso mais nada. Aqui há cheiro de peixe na grelha e sabor a mar. E isso é tanto. As coisas genuínas são assim. Valem por si só.