Trachurus trachurus é o nome científico do bicho que nasce jaquinzinho, se transforma em pelim, cresce para ser carapau e acaba chicharro. As designações mudam à medida que o peixe cresce.
O mais pequeno, o jaquinzinho, quer-se frito, estaladiço, e com um arroz de tomate a acompanhar. É o mais caro de todos.
O pelim já não é pequenino, mas ainda não chegou a carapau. Barato, come-se frito como o jaquinzinho, embora seja ligeiramente maior e por isso, deixamos-lhe a espinha e a cabeça.
O carapau, o nosso carapau, é para grelhar, com molho à espanhola para quem gosta, ou então para fazer no forno. No verão, rivaliza com a sardinha a pingar no prato ou na broa.
E depois vem o chicharro que é aquele carapau que escapa às redes e cresce o suficiente para se chamar assim. Pode ser cozido, mas grelhado e escalado fica melhor e deixa aquele suco natural na travessa. Rico em ómega 3 e ácidos gordos, é carnudo e sabe a ondas do mar. Há até quem o considere melhor do que o carapau.
O chicharro é pouco afamado e talvez por isso o preço não seja dos mais altos. O que, diga-se, é uma benção. No mercado, um quilo ronda os 7€. Está também nas ementas de restaurantes e integra alguns dos rodízios de peixe de Setúbal, a dose anda à volta dos 9€.
Agora já sabe, se alguém lhe perguntar o que é um chicharro pode responder que é carapau, um senhor carapau!