Esta é uma das mais recentes invenções do doceiro Nuno Gil e resulta de um desafio feito pela Câmara Municipal de Setúbal a propósito do Festival do Peixe. A ideia era criar um doce que tivesse peixe na sua composição. Difícil, não é?
Mesmo a quem se dedica à pastelaria de corpo e alma e conhece bem os sabores da região, a proposta pareceu “arrojada”. E era, mas Nuno Gil deu-lhe a volta e pegou no prato mais identitário de Setúbal e transformou-o numa especialidade da doçaria regional. “Nunca imaginei fazer nada assim”, confessa.
É na massa, fina e estaladiça, que está o choco. A tinta do molusco foi usada como corante natural. Bem pensado, não é?
Na primeira dentada sente-se de imediato a maciez e a doçura da batata da Comporta que se mistura com a crocante massa exterior. A tinta de choco é levemente salgada, mas não interfere no sabor. O equilíbrio entre os opostos é sublime e discreto. “É a desconstrução de uma ideia, fazer um doce com peixe”, afirma o pasteleiro responsável por outras delícias como o Pastel de Ginja, o de Moscatel ou a Queijada do Anjo.
O Pastel de Choco custa 1.30€ e pode ser saboreado na Casa da Baía (avenida Luísa Todi) e na petisqueira Sem Horas (Largo da Misericórdia)